O termo médico, de quem está fora do Espectro Autista traz a seguinte informação: "Transtorno do Neurodesenvolvimento envolvem déficits na interação social e nas habilidades de comunicação que impactam o desempenho social e acadêmico dos portadores. Os prejuízos vão desde limitações causadas por deficiências intelectuais até transtornos de aprendizagem".
Embora tecnicamente correta, essa fala é muito destoante do sentir e do pensar dos autistas, os quais, como seres neurodivergentes, não possuem limitações e sim diferenças neurobiológicas. A terminologia médica coloca o autista apenas por um único prisma de que o autista é disfuncional, por fazer alinhamentos ou sequências ao invés de simular situações imaginativas com os brinquedos, por exemplo. Ou que o autista não tem sentimentos, porque não demonstra igual ao neurotípico, indicando que são desprovidos de amor e necessitando de terapias e intervenções para ser normalizado e salvo. Esse é um erro comum de percepção do autismo, bastante capacitista, segregadora e retrógrada.
Essa fala é completamente divergente do sentir e pensar do autista, que como seres neurodivergentes (cérebro que funciona de uma maneira diferente), não são um problema ou limitação. É uma forma de pensar capacitista e segregadora.
O autismo abrange diferentes áreas do cérebro, que incluem alterações sensoriais, na comunicação, na forma de se socializar; (lembrando que socialização é um termo importante para as pessoas neurotípicas e portanto, tudo o que foge desta lógica é limitado ou um problema). Implica também em questões motoras e no funcionamento executivo de cada autista, e de forma diferente de um para o outro. É um Espectro de possibilidades.
😀