Inicio aqui, textos mais profundos sobre a Condição do Espectro Autista e sobre as neurodivergências que me cercam, principalmente o TDAH e as Altas Habilidades e Superdotação, com o intuito maior de trazer esclarecimento, mostrando não só o meu ponto de vista como também desmistificando os conceitos engessados da sociedade. É um espaço de troca de dupla aprendizagem.
A maior parte dos textos aqui publicados, fazem parte das minhas palestras e aulas que descrevo aqui nos meus Serviços. Nelas eu expresso a minha forma de ver o autismo e as minhas neurodivergências.
É importante observar, o que nos coloca no Espectro é um conjunto de características combinadas, e o mais importante é que nenhuma das características são exclusivas do autismo. É muito comum os pais pensarem que tudo é “culpa” do autismo e não é bem por aí. Vejo alguns relatarem que seus filhos fazem movimentos repetitivos em interruptores de luz, com o “acende e apaga”, como se ele fosse limitado por fazer determinada ação constantemente, e ainda ser enquadrado como movimento repetitivo e restritivo.
Eu vejo de outra forma: temos uma criança com hipossensibilidade sensorial visual, ou seja, ela procura por estímulos fortes e tudo o que ela encontra na casa dela são as telas e o interruptor, a sensação, juntando com a hiper tátil que dá ao autista e a quem a tem a vontade de pegar em todos os objetos. Então o interruptor é o grande barato da casa. Só que as hipers e hipos sensibilidades sensoriais não são exclusividade do autismo. Sim. O TDAH, as AHSD (Altas Habilidades e Superdotação), o TPS (Transtorno do Processamento Sensorial) e as PAS (Pessoas Altamente Sensíveis), também sofrem por conta das hipers/hipo sensibilidades. Entende?
O autismo, em especial, é mal interpretado e não entendido em toda a sua essência. Em que a área médica classifica como dificuldade ou prejuízo.
Eu desconstruo essa premissa e apresento uma nova forma de perceber o autismo do ponto de vista de quem está dentro do Espectro. De dentro para fora. Dou constantemente aulas para professores, e uma professora da rede municipal, deu o seguinte depoimento: "Eu queria dizer que há muitos anos dou aula, tenho muitos alunos autistas e eu sempre escuto palestras das pessoas falando DO autista. E hoje, eu estou escutando UMA autista falando. E aí eu vejo quanta coisa que estamos fazendo de errado na escola. Mesmo dando toda a atenção, mesmo tendo o monitoramento, ainda não está nada certo, ainda tem muita coisa a ser feita. Onde eu vou arranjar na minha escola um cantinho quietinho, pra ele centralizar? Preciso rever a minha prática pedagógica!”.
São comentários como estes que me fazem sentir que estou no caminho certo
ao levar o conhecimento sobre. É muito disso que teremos por aqui.
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