A Questão Genética do Autismo #03
- Renata Batisttuzzi
- 5 de nov. de 2024
- 2 min de leitura

O autismo é uma condição genética. Temos reconhecidos 1054 genes acordados do autismo, dos 25 mil genes humanos. Não precisa ter todos para ser autista, eu tenho 10. Meia dúzia destes genes acordados, já dá o TDAH e as Dis (discalculia, dispraxia, dislexia…). Por isso é muito comum o autista ser TDAH ou apresentar alguma Dis. Eu sou autista, TDAH com Discalculia, por exemplo.
Estas condições têm familiaridade por traço, ou seja, compartilham a mesma genética. Acredita-se que 90% dos autistas sejam TDAH, mas nem todo TDAH é autista, embora, porém na ancestralidade dele, é muito provável encontrar autistas.
A questão genética e neurológica faz com que o autista tenha mais neurônios e faça mais sinapses, do que as pessoas neurotípicas, e isso implica em todas as diferenças (não dificuldades), na comunicação, forma de ser, pensar e agir, pois o cérebro é acelerado, pensa muita coisa, mas o corpo e a fala que estão no aparelho motor que é mais lento e não dá conta de usar a fala e as ações na mesma velocidade do cérebro, por isso temos uma diferença no verbo, descompensado e destoante da maioria da população.
Isso também acarreta diretamente nas emoções, tornando o autista um ser frágil emocionalmente, porque essa velocidade neuronal o torna extremamente sensível e perceptível a tudo à sua volta. Traduzir em palavras simples, toda essa velocidade de raciocínio é muito complexa, somada às questões ambientais, sensoriais e de divergências na comunicação oral. Ou seja, o autista está vivendo no futuro com o corpo no presente, tentando se comunicar numa forma linear, quando o funcionamento do próprio corpo não é linear.
A combinação dessa gama específica destes genes fazem a estrutura neurobiológica do autista. Todo o sistema neuro bio físico e químico do autista é diferente, tornando-o neurodiferente.
😀